BIZARRO — essa menininha de cinco anos desaparecia todas as noites depois do jantar. Então, o pai dela decidiu segui-la.
Quando ele descobriu a verdade estarrecedora e viu quem a sua filha estava visitando todas as noites, ele começou a chorar e tomou providências urgentes.
Posteriormente, ele informou aos canais de notícias locais que ainda não entendia como sua filha tinha conseguido fazer isso sem que ninguém percebesse por tanto tempo.
“Se a gente tivesse descoberto isso antes, teria tomado alguma atitude”.
Já era o quarto dia seguido em que Tom não encontrava sua filha no quarto. Acontecia sempre no mesmo horário: entre as 18h e as 19h.
Para Emma, passar cerca de uma hora fora de casa era algo comum. Ela sempre brincava no gramado atrás da casa, mas nunca tinha sumido por várias noites seguidas. Isso deixou Tom preocupado.
Quando ele perguntava sobre isso à sua filha, ela sempre tinha uma resposta pronta. Ela não gostava de dar satisfação e preferia não explicar as coisas.
Mas Tom precisava saber... Onde a menina estava indo todas as noites?!
Estava claro que ele não teria qualquer resposta da filha, então decidiu descobrir o que estava acontecendo por conta própria.
Quando Emma saiu escondida pelo quinto dia seguido — após o jantar, como nos outros dias —, Tom sabia que tinha exatamente uma hora para vasculhar o quarto dela. Ele estava determinado a descobrir a verdade!
E lá foi ele revirar todos os armários e gavetas. O chão ficou completamente forrado por roupas e brinquedos... Porém, ele não encontrou qualquer coisa relevante.
Até que então viu um papelzinho embaixo do travesseiro dela...
Que tipo de anotação poderia ser? Com os olhos estalados, Tom afastou o travesseiro e pegou o bilhete.
“Venha para a casa de trás do seu gramado às 18h30 em ponto. Você deve vir sozinha!”
O que estava acontecendo? Por que a filha dele teria que ir ali sozinha diversas vezes e quem teria enviado aquele bilhete estranho?
Só havia uma coisa a ser feita: ele tinha que seguir a filha!
No sexto dia, Tom estava preparado. Ele ficou esperando na sala de lazer impacientemente, com a porta entreaberta. Assim ele poderia ficar de olho na pequena Emma sem que ela percebesse.
“Se ela sair de casa, eu vou atrás”, pensou consigo mesmo.
O ponteiro chegou no sexto dígito quando seus pensamentos já o tinham distraído, pois a menina não estava mais ao alcance de sua vista...
Tom correu para a porta dos fundos... e lá ele viu Emma quase desaparecer na mata próxima à casa.
Emma já estava distante quando Tom chegou à beira da floresta, mas ele conhecia muito bem a casa que havia sido mencionada na anotação, portanto alcançar a garota não seria tarefa difícil.
A propriedade de cinco hectares onde Tom morava já era de posse da sua família há quase 100 anos, e a tal casa misteriosa tinha sido lar dos seus avós em outros tempos.
Ninguém vivia naquela casa há mais de 50 anos, mas quando chegou ali, seu coração queria sair pela boca...
Tinha alguém esperando na varanda!
Tom se escondeu atrás de uma árvore e decidiu esperar pela filha. “O que a Emma está fazendo aqui?”, pensou o pai encabulado.
Ele não teve que esperar muito, pois a Emma logo apareceu do outro lado do campo.
Ela bateu com o punho na porta e a pessoa misteriosa desapareceu da varanda.
A porta se abriu e Emma entrou...
Quem era essa pessoa? O que estava fazendo ali? E o mais importante: o que estava fazendo com a Emma!?
Tom agiu rapidamente. Ele tinha as chaves da velha acomodação e abriu a porta de trás fazendo o mínimo de barulho possível.
Lentamente, ele entrou na sala onde em breve ouviu sua filha conversando com alguém. Era claramente uma voz feminina...
Tom se aproximou mais do ambiente e ficou junto ao batente da porta a fim de visualizar a situação.
Elas pareciam ocupadas. Tom ouviu vários passos, mas não só os da filha e da mulher misteriosa...
Então, de repente, Emma abriu a porta!
Tom deu meia volta e se escondeu antes que sua filha o visse. Ela saiu caminhando, provavelmente de volta para casa, pensou o pai.
Naquele momento, ele poderia seguir a filha, mas primeiro tinha que descobrir o que tornava aquela mulher tão especial para Emma.
Ele escancarou a porta e ficou embasbacado quando viu quem estava na casa...
A sala estava lotada com mais de 20 cães, além da mulher enigmática sentada no canto!
“MAS O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!”
A mulher ficou claramente assustada e tentou sair dali às pressas, mas Tom a impediu.
“Você vai me contar agora o que está fazendo aqui e por que está se encontrando com a minha filha toda noite em segredo!”
A mulher, confusa, começou a chorar e se sentou na cadeira novamente. Respirou fundo e contou sua história triste ao Tom.
“Se a gente tivesse descoberto isso antes, teria tomado alguma atitude”, disse Tom mais tarde à imprensa.
A velha senhora já tinha visto todos os seus amigos e familiares morrer ao longo dos anos. Ela ficou sozinha e passou a viver em um asilo perto da escola da Emma.
“Era uma existência solitária”, disse a idosa ao Tom. E quando completou 80 anos, ela percebeu que não aguentava mais.
“Decidi fugir daquele lugar, mas ninguém poderia saber aonde eu ia, porque senão iam me colocar lá de novo”.
A anciã estava morando nas ruas com todos os seus cachorros há mais de um ano. Ela estava desnutrida, mas então conheceu a pequena Emma...
“Os cachorros eram a única família que me sobrou, mas depois de um tempo, eles tiveram filhotes”.
A velha logo encontrou dificuldades para se manter e alimentar os cães; sua situação ia de mal a pior. Porém, Emma a conheceu durante um intervalo da escola.
Emma contou sobre a casa vazia em seu terreno e disse que ela poderia morar ali sem que ninguém soubesse.
“Eu estou morando aqui há quase um mês”, disse a senhora ao Tom. “Mas logo fiquei sem comida porque tenho que dividir com os meus cachorros”.
“Mas aí a Emma, aquele anjinho, veio me ajudar de novo!”
Durante a semana anterior, Emma tinha ido visitar a senhora e seus cães todos os dias. Ela ia lá para brincar com os animais e perguntar se ela estava bem.
Mas quando a comida acabou, a garotinha não suportou ver a situação e ficar de braços cruzados. Ela passou a levar comida para a senhora e seus cães todos os dias.
“Não era muita coisa; só o bastante para viver”, falou a anciã ao pai preocupado.
Tom não conseguiu segurar as lágrimas ao ouvir aquela história triste. Ele voltou para casa correndo para conversar com a filha...
Quando ele chegou em casa, Emma já estava sentada em uma cadeira no quintal dos fundos. Tom correu em sua direção e lhe deu um abraço apertado.
Ele contou à filha que a tinha seguido e que sabia tudo sobre a velha e seus cachorros.
“Não estou bravo com você, minha querida, mas, por favor, não esconda mais nada de mim, ok?”
Sua angústia se transformou numa tremenda admiração pela filha naquele dia. Ele contou a história toda à esposa, e ambos concordaram em fazer uma coisa incrível!
Como uma família, eles decidiram ajudar aquela senhora, chamada Linda, e seus cachorros. Eles deixaram Linda morar na casa sem qualquer custo e passaram a fornecer comida todos os dias, tanto para ela quanto para os cães.
Mas isso não era tudo. Por meio de uma vaquinha, eles juntaram dinheiro suficiente para transformar a casa em um abrigo para cães de rua.
Hoje, Linda, Emma e seus pais cuidam de cerca de 40 cães ali.
15 cães já foram adotados. Emma sempre recebe fotos e cartas dos seus novos donos.
Tudo isso graças à coragem e ao bom coração dessa menininha de cinco anos de idade!
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